sábado, 14 de maio de 2011

A discriminação no Brasil é étnica, social e regional

O processo de ascensão social de massas, inédito no Brasil, volta a promover formas de discriminação. A política – de sucesso comprovado – de cotas nas universidades, a eleição de um operário nordestino para Presidente da República – igualmente de sucesso inquestionável -, a ascensão ao consumo de bens essenciais que sempre lhes foram negados – fenômeno central no Brasil de hoje -, provocaram reações de discriminação que pareciam não existir entre nós.

A cruel brincadeira de repetir um mote das elites – “O Brasil não tem discriminação porque os negros conhecem o seu lugar” – mostra sua verdadeira cara quando essas mesmas elites sentem seus privilégios ameaçados. Setores que nunca se importavam com a desigualdade quando seus filhos tinham preparação sistemática para concorrer em melhores condições às vagas das universidades públicas, passaram a apelar para a igualdade na concorrência, quando os setores relegados secularmente no Brasil passaram a ter cotas para essas vagas.

Professores universitários – incrivelmente, em especial antropólogos, que deveriam ser os primeiros a lutar contra a discriminação racial -, músicos – significativa a presença de músicos baianos, que deveriam ser muito mais sensíveis que os outros à questão negra -, publicaram manifesto contra a política de cotas, em nome da igualdade diante da lei do liberalismo.

A vitória da Dilma, por sua vez, provocou a reação irada e ressentida de vozes, especialmente da elite paulistana, contra os nordestinos, por terem sido os setores do país que pela primeira vez são atendidos em seus direitos básicos. Reascendeu-se o espírito de 1932, aquele que orientou o separatismo paulista na reação contra a ascensão do Getúlio e de suas politicas de democratização econômica e social do Brasil. Um ranço racista, antinordestino, aflorou claramente, dirigidos ao Lula e aos nordestinos, que vivem e constroem o progresso de São Paulo, e aos que sobreviveram à pior miséria nacional no nordeste e hoje constroem uma região melhor para todos.

A discussão sobre o metrô em Higienópolis tem a vem com a apropriação privilegiada dos espaços urbanos pelos mais ricos que, quando podem, fecham ilegalmente ruas, se blindam em condomínios privados com guardas privados. A rejeição de pessoas do bairro – 3500 assinaturas – à estação do metrô expressava o que foi dito por alguns, sentido por todos eles, de impedir que seja facilitado o acesso ao bairro – a que mesmo seus empregados particulares tem que chegar tomando 2 ou 3 ônibus -, com a alegação que chegariam camelôs, drogas (como se o consumo fosse restrito a setores pobres), violência, etc.

Nos três tipos de fenômeno, elemento comum é a discriminação. Étnica, contra os negros, na politica de cotas; contra os nordestinos, nas eleições; na estação do metrô, contra os pobres.

Os três níveis estão entrelaçados historicamente. Fomos o último país a terminar com a escravidão, por termos passado de colônia à monarquia e não à república. Adiou-se o fim da escravidão para o fim do século. No meio do século XIX foi elaborada a Lei de Terras, que legalizou a propriedade – via grilagem, em que em papel forjado é colocado na gaveta e o cocô do grilo faz parecer antigo. Quando terminou finalmente a escravidão, todas as terras estavam ocupadas. Os novos cidadãos “livres” deixaram de ser escravos, mas não foram recompensados nem sequer com pedaços de terra. Os negros livres passaram a se somar automaticamente à legião de pobres no Brasil.

O modelo de desenvolvimento, por sua vez, concentrador de investimentos e de renda, privilegiou o setor centro sul do Brasil, abandonando o nordeste quando se esgotou o ciclo da cana de açúcar. Assim, nordestino, esquematicamente falando, era latifundiário ou era pobre. Esse mesmo modelo privilegiou o consumo de luxo e a exportação como seus mercados fundamentais, especialmente com a ditadura militar e o arrocho salarial.

A discriminação dos negros, dos nordestinos e dos pobres foi assim uma construção histórica no Brasil, vinculada às opções das elites dominantes – em geral brancas, ricas e do centro-sul do pais. A discriminação tem que ser combatida então nas suas três dimensões completamente interligadas: étnicas, regionais e sociais. O fato do voto dos mais pobres (que inclui automaticamente os negros) e dos nordestinos estar na base da eleição e reeleição do Lula e na eleição da Dilma, com os avanços sociais correspondentes, só acirram as reações das elites. Discriminações que tem que ser combatidas com politicas publicas, com mobilizações populares e também com a batalha no plano das idéias.

Escrito por Emir Sader, sociólogo e cientista político paulista

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Prazos apertados comprometem a arqueologia brasileira


O ritmo vertiginoso imposto aos projetos de desenvolvimento da Amazônia acabou criando um paradoxo na área de Arqueologia. Nunca houve tantos arqueólogos trabalhando, já que a legislação exige que estudos prévios sejam realizados nas áreas destinadas a grandes obras. No entanto, segundo o arqueólogo e pesquisador do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, Eduardo Góes Neves, os prazos são curtos demais e impedem um trabalho mais minucioso, de maior qualidade.

A Amazônia legal é, atualmente, palco de grandes investimentos públicos e privados em infra-estrutura. Usinas hidroelétricas, construção de gasodutos e o asfaltamento de rodovias que atravessam a floresta para conectar núcleos urbanos, são alguns dos exemplos. De acordo com Eduardo, apesar de serem importantes, esses projetos causam um grande impacto no patrimônio arqueológico.

“No caso específico do Rio Madeira, diversos grupos humanos ocuparam suas margens ao longo de milhares de anos. Essas áreas estão comprometidas porque serão alagadas com as barragens das usinas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, em um prazo estipulado de três anos”, conta o pesquisador. Isso obriga os arqueólogos a trabalharem contra o tempo para tentar coletar o máximo de informações antes que o patrimônio fique submerso. “Não é por incompetência dos arqueólogos, mas é humanamente impossível produzir conhecimento de qualidade em uma escala de tempo tão curta”, disse Eduardo.

Em 1995, o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) concedeu sete licenças de pesquisa arqueológica em todo o país. No ano passado, foram quase mil. Eduardo se questiona sobre as condições em que esses projetos estão sendo fiscalizados.

Os maiores empregadores, atualmente, são a Petrobrás e a Vale, que não possuem arqueólogos em seu corpo técnico. Para cumprir com a legislação, contratam temporariamente profissionais de instituições de pesquisa, como a USP e o Museu Emilio Goeldi (PA), ou de empresas prestadoras de serviço.

Povos da Amazônia
A região é ocupada há mais de 12.000 anos por grupos humanos muito diversos. Com isso, existem milhares de sítios arqueológicos espalhados por toda a Amazônia, que indicam a existência de povoamentos permanentes, densos, hierarquizados e estáveis que transformaram os ecossistemas de forma sofisticada.

No livro “Quando o Amazonas corria para o Pacífico”, o ecólogo Evaristo Eduardo de Miranda afirma que resta pouca natureza intocada e não alterada pelos humanos na Amazônia. Entretanto, seja qual tenha sido o impacto sobre a flora e fauna do sistema de exploração praticado pelos indígenas, ele não implicava comprometimento da dinâmica hídrica, nem da qualidade das águas, nem o desaparecimento da floresta.

“Sabemos dos problemas que enfrentamos atualmente com o uso e ocupação do território amazônico. Talvez as populações que viveram no passado, na região, possam responder alguns dos nossos questionamentos. Mas o que fazer com tamanha riqueza arqueológica é o maior desafio”, diz Eduardo.

O critério utilizado pelos arqueólogos para trabalhar em uma área, se baseia em hipóteses levantadas anteriormente por outros pesquisadores. Por exemplo, desde a década de 70 foi proposto que a região próxima à Manaus, onde se localiza a confluência de três dos maiores rios amazônicos – Negro, Solimões e Madeira – devia ser uma área de presença humana muito antiga. “A hipótese de que a ocupação das áreas ribeirinhas teria levado à expansão demográfica de outras áreas da Amazônia me levou a estudar a região”, conta Eduardo.

O arqueólogo cita outro exemplo: a região de Rondônia. “Possivelmente foi onde, há 7.000 anos, ocorreu a domesticação da mandioca, planta econômica e simbolicamente muito importante”, relata o arqueólogo. A hipótese surgiu com a descoberta de uma espécie de planta selvagem muito parecida com a mandioca.

No entanto, muitas áreas da Amazônia nunca foram pesquisadas. “A parte do rio Juruá que desemboca no rio Amazonas, por exemplo, é desconhecida. Dessa forma, não temos condições sequer para formular hipóteses sobre a arqueologia do lugar e dar início às pesquisas”.

Interessante é lembrar que, apesar das limitações que sofreu ao longo das décadas com a falta de profissionais e investimento, a arqueologia genuinamente brasileira nasceu na Amazônia, por volta de 1870.

Por Manoela Meyer
Retirado do site Carta Maior

(*) A reportagem foi elaborada com base em uma conferência de imprensa do projeto Repórter do Futuro – Módulo Amazônia, organizado pela Oboré (Projetos Especiais em Comunicações e Artes). São Paulo, maio de 2011.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Lançamento do Circuito Bodearte é nesta sexta!


Em homenagem ao dia do artista plástico, o Coletivo ES3 e o grupo Facetas, Mutretas e Outras Histórias promoverão na sexta-feira (06/05) o lançamento da edição 2011 do Circuito BodeArte. O evento contará em sua programação com palestras, instalações, discotecagem e gambiarra bar, e acontecerá no TECESol às 19:00h. Contamos com a presença da classe artística da cidade do Natal, assim como com todos osdemais interessados.
O Circuito BodeArte se torna em 2011 um circuito regional de palestras, oficinas, exposições e apresentações no campo da performance arte. Esse ano destaca a mudança de abragência de seu enfoque, buscando abarcar trabalhos em diversas linguagens artísticas (artes visuais, teatro e dança) que desenvolvam reflexões em seu interior sobre o campo da performance arte. Participe do evento e descubra como participar.

Contato (e-mail)
coletivoes3@gmail.com
grupofacetas@gmail.com

Contate-nos também através do blog: www.coletivoes3.blogspot.com


Retirado do Facetas, Mutretas e Outras Histórias

Groucho Marx e os Direitos de Autor

Quando os irmãos Marx iam filmar Uma noite em Casabranca (1946), receberam a ameaça de uma ação legal por parte da Warner Brothers que, cinco anos antes, tinham filmado uma película chamada Casabranca (com Humphrey Bogart e Ingrid Bergman como protagonistas). Groucho, em seu nome e no de seus irmãos, respondeu em carta, que começa desta forma:


“Queridos Warner Brothers:

Parece que existe mais de uma forma de conquistar uma cidade e mantê-la sob seu domínio. Por exemplo, até o momento em que pensamos fazer este filme, não tinha a menor ideia de que a cidade de Casabranca pertencia exclusivamente a Warner Brothers. No entanto, poucos dias depois de anunciar nosso filme recebemos um largo e duro documento legal em que se nos impunha não utilizar o nome de Casabranca.

Parece que em 1471, Ferdinand Balboa Warner, seu tataravô, ao buscar um atalho para a cidade de Burbank, tropeçou com as costas da África e, levantando seu bastão (que mais tarde mudou por uma centena de ações na Bolsa), a chamou Casabranca.

Sinceramente não entendo sua atitude. Mesmo quando pensassem na reposição do seu filme, estou seguro que o espectador médio do cinema aprenderia oportunamente a distinguir entre Ingrid Bergman e Harpo. Não sei se eu poderia, mas claro que eu gostaria de tentá-lo.

Vocês reivindicam seu Casabranca e pretendem que ninguém mais possa utilizar esse nome sem sua autorização. E o que me dizem de “Warner Brothers”? É de sua propriedade também? Provavelmente vocês têm o direito de usar o nome de Warner, mas e o do Brothers? Profissionalmente nós éramos “brothers” muito antes que vocês.”

E citam outros usos do nome, anteriores todos aos da Warner, como Os irmãos Karamazov, entre outros.

Por Emir Sader postado em seu blog

A TERCEIRA INTIFADA PALESTINA

Palestina - Batalha de ideias
Terça, 05 Abril 2011


Diário Liberdade - [Jamal Harfoush] Convocada a Terceira Intifada do Povo Palestino com a Marcha dos Milhões à Palestina.



"O que está acontecendo na Palestina, não é justificável por nenhuma moralidade ou código de ética. Certamente, seria um crime contra a humanidade reduzir o orgulho árabe para que a Palestina fosse entregue aos judeus parcialmente ou totalmente como o lar nacional judaico." Gandhi

Dito isto, está marcada para o dia 15 de maio de 2011, a Terceira Intifada e a Marcha dos Milhões à Palestina. Milhões de Refugiados Palestinos estão se organizando ao redor do mundo, na própria terra que nos foi roubada e nas fronteiras, para iniciarem a maior Intifada (revolta) da história da humanidade contra a fundação terrorista de Israel na Palestina, em busca de seus direitos que foram violados pela fundação de Israel, no dia 15 de maio de 1947.

Desta vez, as mídias corruptas e compradas para mentir a nosso respeito, não conseguirão esconder as violações e manipularem a verdadeira história do Povo Palestino, como sempre fizeram.

Desde a sua fundação, os judeus-sionistas, que não são os judeus palestinos, são os internacionais, de outras terras, não pararam de violar os direitos do povo palestino e ainda continuam matando pessoas indefesas, expulsando famílias de suas próprias casas e dentro do seu próprio país e descaradamente roubando suas terras.

Os palestinos nunca aceitaram a fundação de Israel, sempre lutaram contra a sua existência dentro do território palestino. A Palestina é a nossa terra, é o nosso solo sagrado.

Nosso povo apelou a todas as entidades internacionais, para reaver seus direitos e obtiveram milhares de resoluções da ONU, favoráveis ao Povo Palestino, que sistematicamente condenam os atos terroristas praticados pelos fundadores de israel. Uma das resoluções imposta pela ONU a Israel é a 194, que afirma aos palestinos refugiados, o direito incontestável de retornarem a sua terra que lhes foi tomada a força.

A resolução nunca foi respeitada ou mesmo cumprida pelos israelenses, tanto que nunca permitiram que os palestinos retornassem ao seu próprio país do qual foram expulsos pelos judeus de outros países que acordados pelas Nações Unidas, invadiram e tomaram o nosso solo amado.

Para piorar a nossa subsistência o estado terrorista denominado de Israel, conta com o apoio de governantes corruptos, como são os EUA, do regime nefasto da Jordânia e que nesta questão, sempre bloqueou os caminhos para impedir que os palestinos retornassem à sua pátria, garantindo, assim, a segurança dos terroristas israelenses que lhes pagam com o dinheiro que recebem do sionismo internacional. Lembrando que, a Jordânia tem fronteira com a Palestina, e lá vivem milhares de palestinos refugiados, que aguardam o retorno a Palestina. Não podemos também nos esquecer do governante corrupto do Egito, Hosni Mubarak, hoje, destronado, mas que sempre garantiu também a tranquilidade e a segurança dos israelenses na fronteira do lado do Egito em troca, recebendo milhões e milhões de dólares dos Estados Unidos e de todo mundo sionista internacional.

Ainda existem mais governantes corruptos no mundo árabe, mas o povo de cada país começou a derrubá-los um a um para abrir os caminhos de retorno à Palestina onde está instalado um estado religioso ilegal, ocupando os espaços físicos do povo nativo palestino, constituído por árabes palestinos, por judeus palestinos e como diz a Constituição Palestina, liberdade religiosa para todos os povos que habitam o seu território, embora a religião oficial seja o islamismo.

A Revolução dos árabes tem vários objetivos claros, um deles é derrubar os regimes corruptos, abrir os países para o desenvolvimento sustentável, modernizar-se sem prejudicar a própria história, mostrar ao mundo a sua capacidade intelectual tão prejudicada ao longo dos anos pelos invasores ocidentais que lutam para destruir a nossa cultura milenar, passando a ideia de que sejamos primitivos, tudo com a intenção de nos intimidar e de roubar nossas riquezas nacionais. Os movimentos acontecem para limpar seus países dos falsos patriotas, para afastar os traidores, para afastar os exploradores e o principal, por uma questão de honra e justiça, abrir suas fronteiras para resolver a questão Palestina. Sem Israel, as guerras, as mortes, os prejuízos humanos, tudo desaparecerá e nossas crianças e jovens poderão sonhar com um país, com países livres da ingerência internacional e buscaremos o nosso futuro com alegria e muita satisfação.

Assim, até o mês de maio, muitos caminhos se abrirão para que a Marcha dos Milhões ultrapasse a fronteira e adentre na Palestina, ou seja, os palestinos refugiados irão retornar em uma Marcha histórica e pacífica a sua pátria assaltada e hoje gerenciada pelos sionistas-israelenses. É um direito nosso e garantido por todos os códigos de ética e apoiado por centenas de resoluções da ONU.

A Terceira Intifada Palestina, contará com apoio de todos os árabes e simpatizantes do mundo que entrarão junto com os palestinos, na Marcha dos Milhões, pela fronteira do Egito que, foi aberta com a queda do regime corrupto pró-Israel. Também, passarão pela fronteira da Jordânia, assim que os movimentos terminem de derrubar o regime corrupto do Rei, e, ainda, milhões irão marchar a partir das fronteiras do Líbano e da Síria, rumo a Terra Santa Palestina.

A organização dos jovens conta com milhões de apoiadores que estão se organizando em comissões para garantir o sucesso da sua realização.

Essas comissões encontram-se nos países Árabes, no mundo e no espaço virtual.

REDE SOCIAL/FACEBOOK – Uma das redes sociais, o Facebook, destacou-se nos últimos meses pelo alto índice de acessos de internautas que fizeram funcionar essa ferramenta criada pelo Mark Zuckerberg, valorizando muito sua marca e suas ações no mercado financeiro. Ainda, chamou a atenção de grande quantidade de empresas que começaram investir milhões de dólares em publicidade nesta rede.

Mais de 350.000.000 dos internautas estão ligados a rede que aborda a Revolução dos Povos Árabes, e, ainda estão apoiando a Marcha dos Milhões para a Palestina. Muitos deles organizam-se conforme orientado pelo movimento, e outros voluntários, através da rede social do Facebook. Se esses milhões de usuários não usarem mais o Facebook, este não se destacará no mercado e não atrairá empresas que investirão milhões em
publicidade.


O FUNDADOR DO FACEBOOK TREMEU DE MEDO DIANTE DO GOVERNO INVASOR

ISRAELENSE

O fundador usou da inteligência para criar a rede, mas, não o foi ao aceitar a ordem de um ministro israelense para retirar uma página que aborda a Revolução do Povo Palestino, do ar. A atitude do fundador do Facebook foi infeliz, e cometeu crime contra a liberdade de expressão de mais de 350.000 usuários da página. Ora, o fundador criou a rede para conquistar sua namorada, logo virou uma rede social para as pessoas se expressarem, mas, o mesmo ainda não acordou, e, está ainda brincando como ele brincava com ela. Agindo desta forma os investidores irão abandonar sua rede que ficou inconfiável e desvirtuou o seu objetivo, e assim, não servirá para mais nada. Como acreditar nesta Rede Social se a qualquer momento as opiniões são proibidas? Ou será que a rede só serve para namoricos e para seu dono ganhar dinheiro?

A organização do movimento enviou uma carta ao fundador do Facebook, orientando-o, a colocar a página no ar e, a cuidar do sucesso de sua empresa, ao invés de obedecer as ordens dos terroristas israelenses, representados pelo seu ministro da diplomacia e terror israelense para o mundo, Yuli Edelstein, que solicitou a retirada imediata da página, tentando assim, impedir a liberdade de expressão de uma revolta justa do Povo Palestino.

No dia 01 de abril de 2011, os usuários não acessaram a rede em resposta a atitude leviana do fundador do Facebook, que tirou a página do ar. Foi uma queda e tanto nos acessos da rede social, pois, o mesmo não contava que a página em versão árabe, tem outras versões em todos os idiomas do mundo e, que a falta de acessos desses usuários fez com que sua rede perdesse 75% do total de acessos do Facebook. Será que a população da República Invasora de Israel irá compensá-lo se já a consideram inimiga dos judeus?

Desta forma, o Facebook não valerá mais nada sem ter os milhões de usuários que fizeram essa ferramenta ser muito utilizada, e assim, as ações desta empresa cairão da mesma forma que subiram.

Cabe a mobilização de todos para ficarem atentos e denunciarem esse tipo de prática de boicotar a liberdade de expressão cometida por empresas que, antes eram nada, do tipo site Facebook que tirou o site da Terceira

Intifada Palestina da versão Árabe, do ar , realizando vontade de um terrorista que faz parte de Israel.

Diversas manifestações e campanhas brotaram de diversas partes do mundo, inclusive do Brasil, para denunciar a atitude leviana do fundador do Facebook e já começaram a boicotar essa empresa imigrando para outras redes.


IMPORTANTE: Para colaborar com a defesa da liberdade de expressão, faça o seguinte:

1- Crie uma conta na rede social ORKUT (www.orkut.com);

2- Entre na sua rede social no site do Facebook e avise seus amigos sobre sua imigração para a nova rede ORKUT, e, incentive-os a fazer o mesmo. Isso é muito importante para todo e qualquer usuário de visão e inteligência que acredita que a liberdade de expressão não tem preço e é inviolável.
OBSERVAÇÃO: Ao digitar o endereço do ORKUT para seus amigos na rede social Facebook, procure colocar espaços entre os pontos, pois, o sistema do Facebook boicota esse site, já que é seu concorrente.

Texto retirado do blog GRITO DO CIDADÃO
Charges do artista Carlos Latuff

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Elogio dos trabalhadores


O homem se diferencia dos outros animais por vários aspectos, mas o essencial é a capacidade de trabalho. Os outros animais recolhem o que encontram na natureza, enquanto o homem tem a capacidade de transformar a natureza. Para produzir as condições da sua sobrevivência, o homem transforma o meio em que vive, pela sua capacidade de trabalho, gerando a dialética mediante a qual ele modifica o mundo e ao mesmo tempo se modifica, intermediado pela natureza.

Ao longo do tempo, a constante das sociedades humanas é a presença dos trabalhadores, sob distintas formas – escravos, servos, operários -, responsáveis pela produção dos bens da sociedade. A forma de exploração da força de trabalho é que variou, definindo o caráter diferenciado de cada sociedade.

Porém, a exploração do trabalho por outras classes sociais fez com que o trabalhador não controlasse sua força de trabalho, produzindo para a acumulação de riquezas dos outros. O trabalho foi sempre um trabalho alienado, em que os trabalhadores produzem, mas não são donos do produto do seu trabalho, nem decidem o que produzir, como produzir, para quem produzir, a que preço vender o que produzem. E tampouco são remunerados pela riqueza que produzem, recebendo apenas o indispensável para a reprodução da sua força de trabalho. Quem se apropria do fundamental da riqueza produzida é o capital, que assim acumula, se expande, se reproduz, enquanto os trabalhadores apenas sobrevivem.

Um dos fenômenos centrais para a instauração do capitalismo foi o término da servidão feudal, com os trabalhadores ficando disponíveis para vender sua força de trabalho para quem possui capital. Estes vivem do capital e da exploração da força de trabalho dos trabalhadores, enquanto estes, dispondo apenas dessa força tem que vendê-la, para poder acoplá-la a meios de produção, nas mãos dos capitalistas.

Essa imensa massa de trabalhadores que passou a produzir toda a riqueza das sociedades contemporâneas foi objeto de um processo de intensa exploração do seu trabalho, com condições brutais de trabalho, jornadas longas – de 14 ou até 16 horas. Na resistência a essas condições de exploração foi se organizando o movimento operário, tanto em sindicatos, como em partidos políticos, gerando um protagonista essencial na democratização das nossas sociedades.

A direita não perdoa os sindicatos. Na ultima campanha eleitoral brasileira e na velha mídia, os dirigentes sindicais não são tratados como representantes democráticos e legítimos dos trabalhadores, mas quase como gangsters, que se infiltram no governo para defender seus interesses contra os interesses da maioria. Faz parte do ódio que as velhas elites têm do povo brasileiro, que é trabalhador, que produz as riquezas do Brasil, que trabalha jornadas longuíssimas, é explorado pelas grandes empresas, mas não teve, até recentemente, possibilidade de fazer ouvir sua voz no país e no Estado.

Neste Primeiro de Maio, Dia dos Trabalhadores (e não do Trabalho, como insiste a velha mídia), é preciso recordar que a data vem de uma grande manifestação realizada em Chicago em 1886, pela diminuição da jornada de trabalho para 8 horas, duramente reprimida pela polícia, com a morte de vários trabalhadores.

Que a jornada é praticamente a mesma, embora as condições tecnológicas para explorá-la tenha avançado gigantescamente e, com ela, os lucros das grandes empresas que exploram os trabalhadores. Um momento propício para avançar no projeto de redução da jornada de trabalho, para fazer um mínimo de justiça ao esforço heróico e anônimo dos milhões de trabalhadores que constroem o progresso do Brasil.


Fonte: Blog do Emir Sader (Carta Maior)

Bin Laden e a última aventura do Super Homem

Pode ser uma suprema coincidência? Ou por acaso tem gato – ou super herói – nesta tuba?

Para entender por que agora, justamente agora, nesta data entre todas as outras possíveis, decidiu-se realizar o “justiçamento” de Bin Laden, talvez seja necessário vincular sua morte repentina e desejada com dois acontecimentos aparentemente desconectados que surgiram na semana passada.

O primeiro, que causou entre os fanáticos da guerra entre o bem e o mal quase tanta consternação como o assassinato do funesto e lúgubre chefe da Al Qaeda, ainda que menos júbilo, foi o anúncio do Super Homem (na história n° 900 do aniversário que celebra suas peripécias) de que pensava ir às Nações Unidas para renunciar à cidadania norteamericana. O Homem de Aço que, desde sua primeira aparição inaugural na revista Action, em junho de 1938, veste-se com as cores da bandeira estadunidense e age em nome dos valores norteamericanos, chegou a essa decisão tão drástica depois de sofrer críticas do encarregado de segurança do governo estadunidense (um homem negro parecido com Colin Powell) por ter voado até Teerã para demonstrar, durante 24 horas, sua solidariedade com os manifestantes da Revolução Verde que protestavam contra o despotismo de Ahmadinejad e seus partidários.

O governo do Irã (na história em quadrinhos, é claro, já que duvido que os aiatolás reais se dediquem a ler dissimuladamente as aventuras de Superman) denunciou esse ato – por silencioso que fosse e motivado pela não violência – como uma ingerência do Grande Satã em seus assuntos internos, quase como uma declaração de guerra. Os autocratas do Irã me desagradam muito, mas não se objetar sua lógica de aceitar as palavras do próprio Homem de Aço que encarna há décadas o conjunto “truth, justice and the American way” (verdade, justiça e o modo americano de vida). De modo que o Super Homem, para poder agir daqui em diante para além das fronteiras nacionais e os interesses circunstanciais de qualquer Estado, se viu obrigado a estabelecer sua independência frente a seu país adotivo. Porque, de fato, o Super Homem não nasceu nos Estados Unidos, mas sim no planeta Krypton, chegando bebê (sem passar por aduanas nem imigração) ao Kansas em uma pequena nave espacial, sendo acolhido neste território, no centro dos EUA, pelos Kent, fazendeiros que personificam personificam precisamente o “american way”. Era Ka-El. Virou Clark Kent.

É difícil exagerar a indignação com que este ato audacioso de renunciar à cidadania, esta “bofetada” do Superman, foi recebida pelo povo norteamericano. Eu li blogueiros defendendo seriamente que o novo campeão do internacionalismo fosse deportado para seu planeta de origem (como se fosse um mexicano ilegal), e já circula um abaixo assinado para que os executivos da Time Warner (donos da empresa que comercializa o Super Homem) forcem os autores da história a se retratar. Além disso, vários comentaristas conservadores viram esse insulto do super herói como a prova definitiva da decadência do país mais poderoso da terra: até o ídolo que representa mais universalmente nosso modo de vida está nos dando as costas!.

Não sei se o presidente Obama segue atentamente as aventuras do Super Homem (sabe-se que é um fã do Homem Aranha, de cuja origem nova-iorquina não cabem dúvidas), mas alguém deve ter chamado a sua atenção sobre a perda de prestígio que significa a deserção de um tal titã. O que acontece, por exemplo, se o Homem de Aço, guia dos despossuídos, decide fechar Guantánamo ou usar seus olhos de raios X para liberar alguns Super Wikileaks, agora que já deve lealdade à bandeira norteamericana? O que acontece se ele se põe a serviço de uma potência como a China? – ainda que, pensando bem, não haja muita Verdade ou Justiça neste país, de modo que ele seguramente não aceitaria esse tipo de aliança. Em todo o caso, os conselheiros de Obama devem ter lhe explicado que a defecção de Super Homem deveria ser tratada como uma imensa crise cultural e ideológica que inclusive poderia custar a reeleição ao presidente, uma vez que os republicanos já cozinhavam planos para acusá-lo de ter “perdido” o Super Homem (como ocorreu com Cuba ou Vietnã).

A resposta de Obama foi genial: ao matar Bin Laden, provava que os EUA não necessitava de um homem musculoso que voa e atravessa paredes para defender-se dos terroristas, pois, para isso, tem helicópteros e tropas especiais como os Seals, computadores e armas – como que não – de aço. Um modo de restaurar a confiança nacional que estava machucada e que dificilmente poderia tolerar outro menosprezo à sua auréola.

É claro que, antes de poder realizar aquela operação no Paquistão, Obama tinha que acertar outro assunto, um problema que o rondava há vários anos. Como iria apresentar-se perante o mundo e anunciar o assassinato de Bin Laden em nome dos Estados Unidos se uma insólita porcentagem de seu próprio povo duvidada que seu presidente era, de fato, norteamericano? Como criar o contraste com o trânsfuga Super Homem se Obama mesmo era acusado de ter nascido no estrangeiro, no Quênia, que, como se sabe, está muito mais longe do Kansas do que o planeta Krypton, por mais que os três lugares compartilhem a kafkiana letra K?

Isso levou Obama a divulgar, há alguns dias, sua certidão de nascimento, tapando a boca daqueles que o apontavam como um “alien” (alheio, estrangeiro, mas também extraterrestre, outro significativo paralelo entre o presidente e o super herói). Por certo que um conjunto de seus concidadãos segue acreditando que Obama não nasceu em território norteamericano. Insistem que o documento foi flasificado, que o hospital foi subornado e que a mãe (nascida originalmente nada mais nada menos que no Kansas) trouxe o menino de contrabando para o Wawaí, porque sabia que, dali a quarenta e tantos anos, aquele menino mulato seria presidente. Creio que a única maneira desses recalcitrantes aceitarem que Obama nasceu nos EUA seria ele branquear inteiramente a cara e toda a pele. Aí ele já não seria mais um “alien”.

Mas, para a maioria de seus compatriotas, Obama conseguiu em uma semana uma verdadeira e tripla proeza. Ao provar que era um presidente legítimo, pode, armado de seu certificado de nascimento e também do exército mais poderoso do globo, eliminar o sinistro inimigo número um dos Estados Unidos. E sem precisar da intervenção do Super Homem.

E agora?

Agora, proponho uma façanha de verdade: já que a razão pela qual Bush invadiu o Afeganistão era o apoio que os talibãs ofereciam a Bin Laden, não chegou o momento de retirar todas as forças norte-americanas desse país de montanhas e guerrilhas?

Estou seguro que o Super Homem, em parceria com as Nações Unidas e esgrimindo seu novo passaporte cosmopolita e global, ficaria feliz em ajudar no transporte rápido das tropas. Seria bonito vermos isso nas próximas aventuras do Homem de Aço, seria alentador que Obama e o Superman – ambos com suas origens no Kansas, ambos menosprezados por serem “estrangeiros” – colaborassem para criar pelo menos um pequeno oásis de paz no mundo onde infelizmente escasseiam hoje tanto a verdade como a justiça.

(*) Ariel Dorfman é escritor. Seu romance mais recente é “Americanos: Los passos de Murieta”.

Tradução: Katarina Peixoto
Fonte:Pagina/12
Charges: Carlos Latuff