quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Quem era terrorista?

À falta de outros argumentos e propostas, com um mínimo de consistência, os opositores reiteram a imagem de “terrorista” de Dilma.

Quem era terrorista: a ditadura militar ou os que lutávamos contra ela? Dilma estava entre estes, o senador José Agripino (do DEM, ex-PFL, ex-Arena, partido da ditadura militar), entre os outros.

O golpe militar de 1964, apoiado por toda a imprensa (com exceção da Última Hora, que recebeu todo o peso da repressão da ditadura), rompeu com a democracia, a destruiu em todos os rincões do Brasil, e instaurou um regime de terror – que depois se propagou por todo o cone sul do continente, seguindo seu “exemplo”.

Diante do fechamento de todo espaço possível de luta democrática, grandes contingentes de jovens passaram à clandestinidade, apelando para o direito de resistência contra as tiranias, direito e obrigação reconhecidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. Enquanto nos alinhávamos do lado da luta de resistência democrática contra a ditadura, os proprietários das grandes empresas de comunicação – entre eles os Frias, os Marinhos, os Mesquitas -, os políticos que apoiavam a ditadura – agrupados na Arena, depois PFL, agora DEM, como, entre tantos outros, o senador José Agripino –, grandes empresários nacionais e estrangeiros, se situavam do lado da ditadura, do regime de terror, da tortura, dos seqüestros, dos fuzilamentos, das prisões arbitrárias, da liquidação da democracia.

Quem era terrorista? Os que lutavam contra a ditadura ou os que a apoiavam? Os que davam a vida pela democracia ou os que se enriqueciam à sombra da ditadura e da repressão? Os que apoiavam e financiavam a OBAN ou aqueles que, detidos arbitrariamente, eram vitimas da tortura nas suas dependências, fuzilados, desaparecidos?

Quem era terrorista? José Agripino ou Dilma? Os militares que destruíram a democracia ou os que a defendiam? Quem usava a picanha elétrica, o pau-de-arara, contra pessoas amarradas, ou quem lutava, na clandestinidade, contra as forças repressivas? Quem era terrorista: Iara Iavelberg ou Sergio Fleury? Quem estava do lado da Iara ou quem estava do lado do Fleury? Dilma ou Agripino? Quem estava na resistência democrática ou quem, por ação ou por omissão, estava do lado da ditadura do terror?

Blog do Emir
por esse e outros motivos que sou fan do Professor Emir Sader!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Olha o naipe dos defensores do Arruda

“Taxab” e o inferno astral demo-tucano


O inferno astral dos demos-tucanos parece não ter fim. Depois dos escândalos de corrupção no governo gaúcho de Yeda Crusius e da prisão do “vice-careca” José Roberto Arruda, agora foi a vez de Gilberto Kassab – também já batizado de “Taxab” pelos aumentos do imposto municipal (IPTU). Na semana passada, o juiz Aloísio Sérgio Resende, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, decretou a cassação do seu mandato de prefeito da capital. A punição não durou muito tempo. A Justiça Eleitoral suspendeu a medida. Mesmo assim, o ventilador já tinha sido ligado no esgoto.

O motivo alegado pelo juiz foi o de recebimento de doações irregulares na eleição de 2008. Entre as doadoras ilegais, a Associação Imobiliária Brasileira (AIB) e cinco concessionárias de serviços da prefeitura, como a Camargo Corrêa e a OAS. O comitê eleitoral do DEM declarou R$ 29,76 milhões em gastos na campanha, dos quais R$ 10 milhões foram considerados irregulares. Por mera coincidência, as empreiteiras que fizeram as doações já foram agraciadas em contratos que somam R$ 243 milhões – o equivalente a 12% dos investimentos da prefeitura no ano passado.

Doadores ganham contratos milionários

Juntas, as cinco construtoras doaram R$ 6,8 milhões para a reeleição de Kassab. No ano passado, elas ganharam contratos que superam este valor em 3.400%. Maior doadora, com R$ 3 milhões, a Camargo Corrêa foi a campeã em negócios: R$ 83,2 milhões. Já a AIB foi acusada de servir de fachada do Sindicato da Habitação, Secovi, o que é proibido legalmente de financiar campanhas. Ela doou R$ 2,7 milhões ao demo. Seu próprio presidente, Sérgio Ferrador, confessou à Justiça que a entidade gerenciava esquemas de financiamento, ocultando a identidade de ricos doadores.

O juiz Aloísio Sérgio considerou que a arrecadação de Kassab em 2008 ficou acima dos limites impostos pela lei, o que configura “abuso de poder econômico, que altera a vontade do eleitor”. Pelo mesmo motivo, ele já havia solicitado, no final de 2009, a cassação de 16 vereadores; outros estão na mira da Justiça. Apesar da punição do prefeito ter sido suspensa, a medida representou um duro baque para a oposição neoliberal-conservadora. Tucanos e demos ficaram desesperados e temem os efeitos destrutivos nas eleições majoritárias e proporcionais de outubro próximo.

Missa de sétimo dia dos demos-tucanos

No caso do DEM, seu declínio já é dado como inevitável. Abatido, o jornal FSP (Força Serra Presidente) até já encomendou a “missa de sétimo dia dos democratas”, segundo artigo de opinião de Valdo Cruz. Para ele, o partido disputará a eleição “num cenário amplamente desfavorável” e “já foi eleito, inclusive, como um inimigo a ser varrido da política pelo presidente Lula. O petista não esconde de ninguém que, entre outros objetivos na eleição de 2010, está impedir a reeleição de boa parte dos senadores democratas, que infernizaram sua vida durante seus dois mandatos”.

Já no caso do PSDB, as denúncias contra badalados dirigentes da oposição de direita abalam os planos presidenciais José Serra. O demo Kassab é uma cria do governador tucano. Serra traiu o candidato do seu próprio partido para impor o apoio ao canino seguidor. Agora, os dois perdem pontos, definham. Ainda segundo a FSP, “se Serra perder a eleição, aí podem encomendar a missa de sétimo dia dos democratas”. Só faltou acrescentar, que a missa do tucano será realizada no mesmo dia e igreja. Com certeza, os barões da mídia estarão presentes e chorarão muito.

Por Altamiro Borges

Até mesmo Noblat joga a toalha


E aí José? Aí, José só vencerá a eleição se Dilma acabar perdendo para ela mesma.
Era um inferno. Sempre que passava por ali, o elefante esmagava a entrada do formigueiro. Então as formigas decidiram reagir.
Um dia, aos milhares, saltaram sobre o elefante e começaram a picá-lo. Com um abanão das orelhas, o elefante livrou-se delas. Restou uma agarrada ao seu pescoço.
“Esgana o bicho, esgana”, gritavam as outras em coro.
O elefante da história está mais para Lula, aprovado por oito entre 10 brasileiros, assim como as formigas estão mais para a oposição – PSDB, PPS, DEM em fase terminal e uma fatia do PMDB. Quem será a formiga que insiste inutilmente em esganar o elefante? Arthur Virgílio, líder do PSDB no Senado?
Ora, Arthur anda sumido desde que perdeu a batalha pelo afastamento de José Sarney da presidência do Senado. Há duas semanas, voou para um café da manhã com Barack Obama em Washington. Imaginava trocar idéias com ele. Havia dois mil convidados.
O Amazonas de Arthur é fortaleza do lulismo. Ele pretende se reeleger. Sabe como é...
A formiguinha suicida seria José Agripino Maia, líder do DEM no Senado?
Agripino anda muito ocupado com o escândalo que engoliu o único governador do seu partido, José Roberto Arruda, do Distrito Federal, preso numa cela da Polícia Federal, em Brasília. O escândalo ainda ameaça engolir o vice Paulo Octávio, do DEM.
E Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB?
Poupemos Guerra. O coração dele bate acelerado diante da demora do governador José Serra, de São Paulo, em se declarar candidato à vaga de Lula. E bate aflito diante do risco do próprio Guerra não se reeleger senador por Pernambuco. É uma carga dupla e bastante pesada.
De Aécio Neves, outra estrela do infausto formigueiro, diga-se que jamais aprovaria o plano de um ataque em massa ao elefante.
Se dependesse dele, o formigueiro simplesmente teria mudado de endereço para escapar de eventuais danos. Como não o levaram em conta, mergulhou terra adentro e foi cuidar de sua vida.
Tudo deu certo para Lula desde que se elegeu presidente em 2002. Seu governo sobreviveu ao explosivo escândalo do mensalão. A economia cresceu. Milhões de brasileiros ascenderam à classe C. A maioria dos partidos se rendeu aos seus encantos. E o PT à candidata que ele sacou do bolso.
Dizem que a próxima será a primeira eleição em 21 anos na qual os brasileiros estarão impedidos de votar em Lula. De fato, é verdade. Mas na prática, não.
Dilma só existe como candidata porque Lula a inventou. Nada mais direto, pois, do que o apelo que orientará sua campanha: votar em Dilma significa votar em Lula.
Caberá à oposição separar os dois – fácil, não?
A ela caberá também a difícil tarefa de vender Serra como o melhor candidato pós-Lula. Melhor até mesmo do que Dilma, a quem Lula escolheu. E logo quem?
E logo Serra que concorreu contra Lula em 2002. Se Serra tivesse vencido não haveria Lula presidente por duas vezes. Oh, céus!
O ex-metalúrgico que chegou ao lugar antes privativo dos verdadeiros donos do poder deixou de pertencer à categoria dos homens comuns – embora daí extraia sua força.
Foi promovido nos últimos oito anos à condição de mito. E como tal deverá ser encarado pelas futuras gerações. É improvável que alguém como ele reprise sua trajetória.
A oposição se propõe a derrotar um mito. E tentará fazê-lo sem reunir sua força máxima.
Serra está pronto para conversar com Aécio sobre a vaga de vice em sua chapa. Quanto a isso, há duas coisas mais ou menos certas. Serra oferecerá a vaga a Aécio. E Aécio a recusará.
Descarte-se a hipótese de Serra sugerir: “Bem, nesse caso, você sai para presidente com meu apoio e eu irei disputar um novo mandato de governador”.
Aécio tem a resposta na ponta da língua: “Agora, é tarde. Quis ser candidato. Sugeri a realização de prévias dentro do partido. Não fui ouvido. Serei candidato ao Senado”.
E aí, José?
Aí José só vencerá a eleição se Dilma conseguir perder para ela mesma.
Possível, é, embora...
Fonte: Ricardo Noblat

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O Brasil, entre o passado e o futuro


"Brasil, entre o passado e o futuro" reúne ensaios de pensadores da cena política e intelectual brasileira, que buscam assimilar e analisar as intensas transformações ocorridas no Brasil nos últimos sete anos. Os textos se debruçam sobre o passado recente do país, na tentativa de desvendar diversos aspectos da realidade brasileira, como sua dinâmica econômica, social, política e cultural.

Em uma co-edição da Boitempo e da Editora da Fundação Perseu Abramo, o livro busca contribuir com o debate sobre o que virá após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para tanto, contou com a colaboração de alguns intelectuais – integrantes do governo ou não – que nunca deixaram de pensar e sistematizar ideias sobre o processo em curso no país: Marco Aurélio Garcia, Emir Sader, Marcio Pochmann, Guilherme Dias, Luiz Dulci, Nelson Barbosa, José Antonio Pereira de Souza e Jorge Mattoso. Além dos artigos, completa o volume uma entrevista com a ministra Dilma Rousseff, feita por Garcia, Sader e Mattoso.

O livro apresenta um conjunto de dados, análises e propostas de ensaístas comprometidos com um projeto de país que será o centro do debate nas disputas eleitorais de 2010. Busca, assim, trazer uma contribuição interpretativa sobre o momento atual, vislumbrando transformar o futuro.

Ensaios e autores

Brasil, de Getúlio a Lula
Emir Sader

O Brasil herdado
Jorge Mattoso

A inflexão do governo Lula: política econômica, crescimento e distribuição de renda
Nelson Barbosa e José Antonio Pereira de Souza

A sociedade pela qual se luta
Guilherme Dias e Marcio Pochmann

Participação e mudança social no governo Lula
Luiz Soares Dulci

O lugar do Brasil no mundo
A política externa em um momento de transição
Marco Aurélio Garcia

Um país para 190 milhões de brasileiros
Entrevista com Dilma Rousseff


Publicamos a seguir o texto de apresentação do livro organizado por Emir Sader e Marco Aurélio Garcia:

Tem sido dito – com certa razão – que a grande transformação econômica, social e política pela qual o Brasil vem passando nos últimos sete anos não foi, até agora, objeto de uma refl exão mais aguda, como ocorreu em outros períodos de nossa história republicana.

Os textos que compõem este livro pretendem sanar em parte esse vazio, na perspectiva dos que valorizam positivamente as mudanças em curso no país. Eles buscam contribuir para a compreensão do Brasil contemporâneo –de seu passado, de seu presente e do seu futuro. São um conjunto de análises que abordam diferentes temas vinculados à herança recebida pelo governo Lula, às transformações realizadas por este e às propostas para sua consolidação, aprofundamento e desdobramentos futuros.

Trata-se de contribuições individuais, advindas de óticas distintas. Elas convergem, no entanto, no projeto de “um país para todos”, expresso pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), em sua entrevista, quando fala da necessidade de seguir construíndo “um Brasil para 190 milhões”.

Parte-se das origens do Brasil contemporâneo, passando pela herança econômica recebida por Lula, pela evolução de sua política econômica, pelas novas relações com os movimentos sociais, pelo lugar do Brasil no mundo e chega-se a um novo desenho das relações sociais, em função das extensas transformações que o país atravessa.

Os textos apontam para a necessidade de teorizar não em abstrato, mas a partir da prática desse governo. É a clareza sobre os obstáculos enfrentados, sobre os avanços realizados e o potencial aberto para o futuro que permitirá ao país seguir trilhando o caminho da emancipação econômica e social até aqui percorrido.

Pretendemos contribuir para a mais ampla discussão que as forças do campo popular e a cidadania em geral necessitam desenvolver. Assim o Brasil poderá assumir, com consciência e mobilização, os desafios que o projetem como uma sociedade justa, solidária, soberana e humanista.

(Carta Maior)

Ah Vai Tarde... na cela mais próxima de você


Maravilhosa postagem do Kibelouco

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Cordel do Arruda

Encontrei esse cordel no Blog do professor cearense Luiz Moreira de Oliveira Filho (Olhos do Sertão). Achei maravilhoso e não podia deixar de não compartilhar com vocês!



Cordel do Arruda
Contra o Arruda, arruda na orelha
Raimundo Nonato Silva

O José Roberto Arruda
Pego com a mão na massa
Seria o vice de Serra,
Que é uma outra desgraça
Se a coisa continuar
Vai faltar DEMO na praça.

Arruda pra quem não lembra
É aquele que foi flagrado
Com o canalha ACM
No episódio lembrado
Por todos como a fraude
Do tal "painel do senado”.

Ele na época era líder
Do governo FHC
Que comprou os deputados
Para se reeleger
Renunciou entre prantos
Pra ninguém o prender.

Era o P S D B
O seu partido de então,
Parceiro de Sérgio Naia
E outros éticos de então
Foi para o P F L
Recebeu uma promoção.

Saiu na revista Veja
Nas tais páginas amarelas
Mas para sair ali
Desembolsa a bagatela
De 400 mil mangos
Pra revista “Zé ruela”.

Explico: ele comprou
Sem qualquer licitação
400 mil da Abril
E daí a rasgação
De seda da tal revista
Para o político ladrão.

Agora o tal Arruda
Esperneia, baba, mija
Só porque foi apanhado
Com a boca na botija
Aponta pra José Serra
Diz: Careca não se aflija.

José Serra que também
Não é flor pra se cheirar
Haja vista o Roubo-Anel,
No povão a desabar
E o buraco do metrô
Sobre o qual não quer falar.

Não esqueça Yeda Crusius,
A raposa lá do sul
Protegida pela mídia
Que enxerga tudo azul
Enquanto o Rio Grande afunda
Num asqueroso Paul.

Arruda já prometeu
Dizer tudo o que ele sabe
Já disse que enviou
Bufunfa para o Kassab
E que o Roberto Freire
Disso também não se gabe.

No Distrito Federal
Diretora de uma empresa
Acusa Augusto Carvalho
De tomar parte em torpeza
Secretário de saúde
Do PPS é certeza.

Segundo essa diretora,
O montante desviado
Em parte a Roberto Freire
Era na hora enviado.
Grana do propinoduto
Por Arruda instalado.

O tal Durval que está
Até o pescoço imerso
Já responde na justiça
A mais de trinta processos
É o grande articulador
De um esquema tão perverso.

Cadê Agripino Maia
Refugo da ditadura?
Cadê Heráclito Fortes
Tão hedionda figura?
É o boca de sovaco
A mais feia criatura.

Esse Heráclito é chegado
Também a fazer trambique
Por funcionária fantasma
No seu gabinete chique
Tinha a filha do déspota
Maior, o Fernando Henrique.

Agora o caldo entornou
Mesmo com a mídia comprada
Arruda será cassado
E com arma disparada
Levará para o abismo
Toda a quadrilha montada.

Roberto Freire, Zé Serra
Heráclito e Agripino
Kassab e outras moléstias
Terão o mesmo destino
E o Brasil ficará livre
Desse grupo tão ferino.

Agências


"Agora, até o Ibope do serrista Montenegro, já admite que Serra empacou e Dilma está em ascensão. Pesquisa feita nos dias 6 e 9 de fevereiro mostra o tucano com 36% das intenções de voto e Dilma 25%. No levantamento anterior, em 7 de dezembro Serra registrava 38% e Dilma Rousseff tinha 17%. Outro levantamento Ibope mostra o potencial de crescimento da ministra: 34% dos entrevistados querem a total continuidade do atual governo e 29% querem pequenas mudanças com continuidade; em contrapartida, 25% querem a manutenção de apenas alguns programas com muitas mudanças e 10% querem a mudança total do governo do País. 78% dos entrevistados confiam no presidente Lula."
(Carta Maior)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Quarta-feira de Cinzas da mídia demotucana


1] Por que, a exemplo do que fez tantas vezes com o PT, a mídia não parte do fato policial para resgatar o passado e o presente das relações políticas do demo José Roberto Arruda?
2] Por que esquece --ou esconde?-- entre outras coisas, que Arruda foi nada menos que líder de FHC na Câmara Federal?
3] Por que a mesma amnésia subtrai ao leitor que Arruda era a grande --e única-- 'revelação administrativa' dos demos [sobretudo depois do fiasco Kassab], e nome natural' para ocupar a vice-presidência na coalizão demotucana liderada por Serra?
4] Por que, súbito, abriu-se um precipício de silencio midiático sobre as relações entre Serra e Arruda, omitindo-se, inclusive, 'o simpático' simbolismo da sintonia capilar entre ambos --mencionada por ninguém menos que o próprio governador tucano em evento conjunto em 2009?
5] Por que a obsequiosa Eliane Catanhede, da Folha, e os petizes da Veja, que tantas e tantas linhas destinaram a enaltecer a determinação de Arruda em 'cortar o gasto público' --e ainda o fazem na ressalva ao 'bom administrador que tropeçou na ética', segundo Catanhede-- sonegam aos seus leitores a auto-crítica pelo peixe podre que venderam como caviar?
6] Por que, enfim, o esfarelamento da direta nativa abrigada nos Demos não merece copiosas páginas de retrospectiva histórica, que situe para os leitores a evolução daqueles que, como Arena e PFL, foram esteio da ditadura e da tortura e hoje são os aliados carnais de José Serra?

(Carta Maior)

Agripino e o DEMo


"O que fará o DEM?
Vai expulsar o Fraga por ser rebelde?
Por compactuar com a corrupção do Arruda?
Vai enfiar o rabinho no meio das pernas e ficar quietinho?
Vai continuar a dizer que eles são diferentes, são melhores?
Fala Agripino, fala Aleluia, fala Rodrigo Maia."
Perguntas feitas a algumas semanas pelo blog da Dilma Presidente


É engraçado que essas perguntas ainda continuam sem resposta. Mas acho que temos que nos lembrar de algumas coisas: Agripino está sendo cotado para ser o vice na chapa de Serra! Mas quem se lembra de quem o colocou lá? Seu amigo Arruda!
Focando agora um pouco mais no cenário local... por acaso vocês lembram quem foi que colocou a nossa senadora Rosalba Ciarlini no senado? Se você respondeu Agripino está completamente certo!
Preciso dizer mais alguma coisa?

Mas esse ano será diferente! Assistindo uma entrevista hoje da deputada Fátima Bezerra na tv NoMinuto tive a confirmação do que antes era somente expeculação: O PT lançará candidato ao senado este ano!

2010 será PT no senado pelo RN, Dilma na presidência e fazer aliança no governo do estado do Rio Grande do Norte, pois ninguém iria agüentar além Micarla de Souza fudendo a cidade e principalmente a cultura de Natal, ter estomago para engolir Rosalba Ciarlini como governadora!

ENTÃO É PT EM 2010 COM FORÇA!
QUERO DILMA

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Frase do dia



Se casamento fosse bom não precisaria de testemunhas.

Vote num careca e leve dois



E ainda tem duvidas?

446 anos do Nascimento de Galileo Galilei

Quem não conhece a história de Galilei?
Todos aprendem na escola que sua teoria heliocentrica e seus problemas com a inquisição, mas ele foi muito mais do que só isso!
Assim como Da Vinci, ele foi um cara que pensava em tudo, desde física e matemática à astronomia e filosofia! Pois é... esse sabe tudo teria que soprar hoje 446 velinhas!



"Galileu Galilei desenvolveu os primeiros estudos sistemáticos do movimento uniformemente acelerado e do movimento do pêndulo. Descobriu a lei dos corpos e enunciou o princípio da inércia e o conceito de referencial inercial, ideias precursoras da mecânica newtoniana. Galileu melhorou significativamente o telescópio refrator e com ele descobriu as manchas solares, as montanhas da Lua, as fases de Vénus, quatro dos satélites de Júpiter[1], os anéis de Saturno, as estrelas da Via Láctea. Estas descobertas contribuíram decisivamente na defesa do heliocentrismo. Contudo a principal contribuição de Galileu foi para o método científico, pois a ciência assentava numa metodologia aristotélica.

O físico desenvolveu ainda vários instrumentos como a balança hidrostática, um tipo de compasso geométrico que permitia medir ângulos e áreas, o termómetro de Galileu e o precursor do relógio de pêndulo. O método empírico, defendido por Galileu, constitui um corte com o método aristotélico mais abstrato utilizado nessa época, devido a este Galileu é considerado como o pai da ciência moderna."


sitação retirada do pai dos burros

Eu sei que ele é Corinthiano, mas bem que daria um bom flamenguista! Mas ninguém nessa vida é perfeito né!? Pois Lula não poderia ser diferente! Que bom que seu erro somente é na escolha futebolistica! rsrs

Essas fotos foram tiradas em uma homenagem que o nosso digníssimo presidente Lula em um encontro com o Embaixador da Sérvia, Ljubomir Milic. A camisa autografada do jogador Pet foi entregue durante a apresentação de sua carta credencial no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília no dia 11 de fevereiro de 2010.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Uma Universidade para a integração da América Latina (UNILA)

No último dia doze de janeiro o governo brasileiro deu um passo histórico e irrevogável no caminho da integração latino-americana. A sanção da Lei que cria a Universidade Federal da Integração Latino-Americana – UNILA consolida a política brasileira de abertura ao continente, de resgate das identidades comuns e da busca de soluções autênticas para os problemas sociais da América Latina, sempre com o respeito à diversidade cultural.

A UNILA já é realidade, deixou de ser um projeto desafiador ou uma utopia daqueles que pensam e vivem o continente latino-americano. É a grande novidade e deve ser motivo de orgulho e entusiasmo, pois sepulta no passado as práticas dependentistas e o pensamento subserviente a uma intelectualidade estrangeira e inatingível para a realidade do continente, cujas teses abstratas sempre ocultam as ideologias, em nome da neutralidade do saber.

A nova Universidade é resultado da iniciativa do Ministério da Educação que elaborou o projeto de Lei em 2007 e que instituiu em março de 2008 a Comissão de Implantação da UNILA, composta por especialistas de reconhecida competência e presidida pelo Professor Doutor Helgio Trindade, cujo currículo de excelência dispensa apresentações.

A Comissão fez trabalho primoroso, aprofundou as discussões sobre os objetivos e princípios da Universidade, reuniu-se com professores de diversos países e realizou uma consulta internacional a diferentes especialistas latino-americanos que puderam apresentar a compreensão e delimitar os desafios de uma Universidade voltada à integração latino-americana.

A criação do Instituto Mercosul de Estudos Avançados – IMEA também foi determinante para o processo de constituição da Universidade. O IMEA é verdadeiro laboratório de idéias que congrega acadêmicos de reconhecimento internacional com o objetivo de contribuir, planejar e pensar as atividades da UNILA.

No segundo semestre de 2009, o IMEA promoveu - na sede provisória da UNILA localizada no Parque Tecnológico da Itaipu, em Foz do Iguaçu - as Cátedras Latino-Americanas. Esses eventos atraíram profissionais, professores e estudantes de diversos campos do conhecimento para debate sobre temas mais relevantes da atualidade, o que permitiu verificar tendências e necessidades que poderão ser contempladas nos novos cursos. Foi transmitida pela rede mundial de computadores e pôde receber sugestões de espectadores distantes. Nomes como Ignacy Sachs, Aldo Ferrer, Carmen Guadilla, Miguel Rojas Mix, Celso Pinto de Mello, entre outros, estiveram na Unila e contribuíram desde suas perspectivas para a nova Universidade.

A mobilização e engajamento que o nome da UNILA desperta possibilitou alguns avanços rápidos. A parceria com a Universidade Federal do Paraná – UFPR, como entidade tutora, foi crucial para a realização das primeiras atividades. O apoio da Itaipu Binacional resultou na instalação da Unila em sua sede provisória e na doação do espaço da sede definitiva, em Foz do Iguaçu. O projeto arquitetônico foi realizado por Oscar Niemayer, que se sentiu tocado pela grandiosidade da proposta. E inúmeras foram as pessoas que se envolveram nos trabalhos iniciais, sempre movidos pelas expectativas que uma Universidade dessa natureza é capaz de provocar.
Todo o trabalho já desenvolvido demonstra que o projeto pedagógico da Instituição está sendo pensado de forma criteriosa, contemplando uma variedade de pensamentos convergentes quando se trata de aliar ensino e integração, num espaço aberto e democrático, verdadeiramente sem fronteiras. A condução dos trabalhos é cuidadosa e se empenha em abrir desde o início os canais de comunicação necessários com os outros países, construindo as bases de um relacionamento duradouro e bem-sucedido.

Os desafios são imensos, pois a UNILA é uma instituição única no continente e possui compromissos que vão além das universidades tradicionais. Nasceu vocacionada para a integração, o que significa que deve interagir de forma nacional e transnacional, buscando o fortalecimento das relações entre os povos e valorizando o diálogo intercultural como metodologia de ação.

Para cumprir esses propósitos, a UNILA será bilíngüe (português e espanhol) e destinará metade das vagas para alunos latino-americanos, respeitando igual proporção para o corpo docente. A seleção dos alunos brasileiros ocorrerá pelo ENEM e exame semelhante deverá ocorrer nos demais países latino-americanos. Em seu pleno funcionamento a Universidade terá quinhentos professores e dez mil estudantes.

Os cursos de graduação e pós-graduação serão todos inovadores, não apenas em termos de currículo e metodologia de ensino, mas principalmente porque estão sendo estruturados para formar massa crítica capaz de dar respostas às vulnerabilidades da América Latina. Ao longo do tempo, cursos com esse perfil serão ofertados em todas as áreas do conhecimento, os primeiros no segundo semestre deste ano.

A história apenas se inicia. Vivemos um contexto de resgate de nossas capacidades perdidas, tentando superar o descrédito que um governo titulado impingiu às universidades públicas. Nesse campo, as políticas estatais estão consolidadas com a criação de treze novas universidades federais. A sociedade brasileira está preparada e certamente impedirá qualquer tentativa de retrocesso nesse sentido.

Gisele Ricobom é Doutora em Direitos Humanos e Desenvolvimento pela Universidade Pablo de Olavide e Professora Visitante da UNILA. (www.unila.ufpr.br)

O desastre de proporções ferroviárias causado por 16 anos de domínio ininterrupto do PSDB no governo do Estado de São Paulo

750 mil pessoas sem água desde a manhã de domingo; sete bairros pobres afogados em esgoto desde o ano passado; apagão sem-fim assusta a classe média na zona oeste da capital; criminalidade epidêmica no Interior, violência em alta no litoral; um dos piores índices de aprendizado do país na rede estadual de ensino; terceiro pior porto do Brasil; os pedágios mais caros da Nação; cacete e gás pimenta contra quem reclama. A mídia diz que esse lugar é uma maravilha --- "mas como é que faz para sair daqui?/ então, então, na sua opinião/Tá tudo normal ou existe crime?"
Carta Maior

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O inferno em SP pelo urbanista Cândido Malta

"Calculado para as condições de impermeabilização do solo de 12 anos atrás, o Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê, de 1998, previa a construção de piscinões para reter 32 milhões de m3 de água em SP.Se cumprido, evitaria macroenchentes naquele padrão de ocupação do solo. Quanto foi feito? Só um quarto, suficiente para conter apenas 8 milhões de m3. Os restantes 24 milhões de m3 - mais o efeito impermeabilização dos últimos 12 anos - estão infernizando a rotina dos paulistanos há 45 dias, com perdas de vidas e de bens. O PSDB de Serra, e ele próprio, governa SP há 16 anos; há três, o governador deixou de desassorear o Tietê adequadamente selando um futuro devastador para a maior metrópole da AL, feito de vazão declinante, impermeabilização crescente e déficit exponencial de piscinões. O futuro chegou no verão do El Niño de 2010 sem que o 'eficiente administrador' tucano e seu partido tivessem tomado qualquer medida preventiva para mitigar o caos que eles mesmos criaram em uma década e meia no poder --até a manutenção das bombas da Sabesp negligenciaram." (Carta Maior e o futuro de um Brasil governado pela coalizão demotucana; com informações demolidoras do urbanista , não petista, Cândido Malta ao G1)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

José Genoino falando sobre as Forças Armadas e a homossexualidade

CÂMARA DOS DEPUTADOS - Detaq
Congresso Nacionao - Sessão
Número: 004.4.53.O
Data: 04/02/2010

O SR. JOSÉ GENOINO - Sr. Presidente, agradeço, em primeiro lugar, a gentileza do Deputado Raul Jungmann. Fiz a inversão, e S. Exa. falará, em seguida, nas Comunicações Parlamentares.

Sr. Presidente, quero pronunciar-me sobre um assunto que é importante ser discutido no Congresso Nacional, é um assunto delicado, mas sobre o qual tenho opinião e posição definida. Refiro-me à matéria do jornal O Globo, que transcreve as declarações do General Raimundo Nonato de Cerqueira Filho, a mais contundente, e também do Almirante Luiz Pinto, quando foram sabatinados pela Comissão de Justiça, do Senado Federal.

Esses oficiais pronunciaram-se na sabatina de que as Forças Armadas não devem aceitar a presença de gays, sugerindo que eles procurem outras atividades. Na argumentação, o oficial admitiu a existência de gays nos quartéis, mas disse que eles só devem ser aceitos se mantiverem a orientação sexual em segredo. Fala que o indivíduo não consegue comandar, a tropa não vai obedecer, não que o indivíduo seja criminoso, e, sim, o tipo de atividade, se ele é assim, talvez, haja outro ramo de atividade que possa desempenhar. E fala que essa orientação não é condizente com a atividade militar.

Em primeiro lugar, quero manifestar-me contrário a essas declarações. Faço isso como um Deputado que defende, respeita e trabalha em torno de uma agenda para as Forças Armadas, que organize, com base no projeto nacional, sua profissionalização, sua valorização salarial, o acesso à tecnologia de ponta. Valorizo a presença das Forças Armadas em missões importantes. Ontem fizemos, com relação aos militares brasileiros no Haiti, e sei que o Deputado Raul Jungmann vai falar sobre o assunto, e dirigiu uma comitiva de Deputados, uma homenagem com 1 minuto de silêncio.

Tenho uma visão positiva sobre esta agenda que estamos discutindo acerca do tema da defesa, e mantenho um diálogo permanente e positivo com as Forças Armadas. Exatamente por este motivo faço questão de manifestar minha discordância e a opinião pessoal de que, do ponto de vista das Forças Armadas, não condiz com o mundo atual.

O Presidente Obama está discutindo com as forças armadas norte-americanas o ingresso de gays nelas. Isso acontece nos Estados Unidos. As Forças Armadas ganham o prestígio e a popularidade do povo brasileiro. Opiniões como estas estão na contramão, são de um nível de reacionarismo e preconceito que não condizem com o papel democrático de futuro para as Forças Armadas.

Vejam bem, a Constituição deixa clara a livre orientação sexual: não pode sofrer discriminação. A livre orientação sexual tem de ser reconhecida, e não pode haver discriminação, nem mesmo no local de trabalho. Pode existir em segredo — publicamente, não existe. Quer dizer, existe uma discriminação dupla. Não é crime. A pior coisa é a seguinte: não é crime, conforme diz o oficial, mas só se for em segredo, porque, se for reconhecida, é crime. Isso não pode. Não é crime, mas não pode ser militar. A propósito, já houve episódios nesse sentido. Eu acho que este não é o pensamento dominante das Forças Armadas, nem do oficialato brasileiro.

Nós temos de tratar essas questões, Sr. Presidente, sem preconceito, sem tabu. A atividade militar é essencial para o País. A atividade militar baseia-se na hierarquia, na disciplina e na capacidade de combate — é isso que se exige. Não é a orientação sexual, não é a condição deste ou daquele militar que vai discriminar. A visão não pode ser esta.

Se ele diz que um oficial ou um militar gay não pode comandar, e um prefeito? Um governador? Não pode comandar? Não pode haver isso. Não é bom. Eu chamo a atenção destes 2 oficiais. Eu defendo as Forças Armadas. Trabalho, repito, com uma agenda positiva. Mas manifestações como estas são desnecessárias, não contribuem, muito menos para 2 oficiais que vão para o Superior Tribunal Militar. Lá, certamente terão de decidir sobre questões disciplinares dessa natureza. Como se dará esse tipo de posicionamento?

Eu gostaria de fazer este registro. Faço-o porque, desde a Constituinte, tenho posição clara quanto a não discriminar homens e mulheres por orientação sexual, por livre orientação sexual.

Participei recentemente de uma conferência latino-americana e Caribe, que defende os direitos de gays, lésbicas, transexuais e homossexuais. A sociedade moderna, Sr. Presidente, é plural e tem que conviver com as diferenças, as maiores diferenças, as mais complexas, sem discriminar, sem humilhar, sem excluir. É nesse processo democrático que a sociedade amadurece.

No meu modo de entender, as Forças Armadas, que representam o Estado brasileiro naquilo que é fundamental, que é a defesa, o poder armado, têm que refletir sobre estes tempos em que estamos vivendo, um mundo democrático.

Eu tenho uma posição clara sobre esse tema. Sou autor de um projeto que defende a união estável entre pessoas do mesmo sexo, para efeito de direitos civis. Trata-se de união estável não para constituir família, necessariamente, nem para adoção, mas de união estável para reconhecer direitos civis em relação à partilha, aposentadoria, garantias de direitos e cidadania, que eu coloco no tema dos direitos civis.

Por isto, faço esta manifestação. E a faço também para defender o papel das Forças Armadas, a agenda das Forças Armadas, a estratégia nacional de defesa, o aparelhamento das Forças Armadas, o acesso à alta tecnologia, a valorização profissional e o respeito ao papel das Forças Armadas como instituição permanente do Estado.

No entanto, sobre esses 2 oficias, que, ao serem sabatinados no Senado, emitem esse tipo de opinião, sendo que irão para o STM e poderão cair naquele Tribunal questões relacionadas à livre orientação sexual de militares, eu não poderia ficar calado.

Por isso, faço esta manifestação com um objetivo duplo: primeiro, porque defendo a união estável para efeito de direitos civis — sou contra qualquer tipo de preconceito. Segundo, porque sou um defensor das Forças Armadas e reconheço seu papel positivo como instituição do Estado. Tenho que me manifestar até para separar a instituição da manifestação desses 2 oficiais.

(O Deputado Raul Jungmann faz intervenção fora do microfone.)

O SR. JOSÉ GENOINO - Muito bem. O Deputado Raul Jungmann disse: bravura não é questão de gênero. Muito bem, Deputado Raul Jungmann.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

retirado aqui

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Blog do Rodrigo Viana: Pesquisas: o chute de Montenegro e o silêncio global

Na última sexta-feira, a TV Bandeirantes divulgou pesquisa Vox Populi, a mostrar que Dilma encurtou a distância que a separa do (ainda) líder na corrida presidencial, José Serra. Os números estão aqui.

No Jornal Nacional, da Globo, silêncio absoluto.

Na segunda, foi a vez da CNT/Sensus divulgar levantamento que mostra empate técnico entre a candidata de Lula e o candidato de FHC (aqui).

O Jornal da Record deu destaque ao fato logo nas manchetes de abertura (na “escalada do jornal”, como dizemos em TV). A escolha era óbvia: trata-se de um fato político e jornalístico importante. Muita gente duvidava da capacidade de Lula transferir votos para Dilma. Pelo visto, está a transferir.

De novo, no Jornal Nacional, um silêncio ensurdecedor.

Eu até compreendo. A Globo tem uma velha parceria com o IBOPE, para divulgação de pesquisas eleitorais. Por “coincidência”, é o IBOPE também que mede a audiência dos programas televisivos.

Pois bem: o diretor do IBOPE disse, ano passado, que Dilma teria dificuldades de passar dos 15% nas pesquisas. A Globo, presumo, não quis cometer a indelicadeza de divulgar pesquisas que desmintam o velho parceiro.

Para entender melhor o papel de Montenegro nisso tudo, peço licença ao Ricardo Kotscho, para transcrever trecho de post por ele publicado, em 29 de abril de 2009, no blog “Balaio”.

Na época, o diretor do IBOPE, Carlos Alberto Montenegro, saiu a campo a dar entrevistas: o objetivo era defender a tese de que Serra era o grande favorito na eleição de 2010 (na época, os números mostravam mesmo isso), e que nada faria mudar esse quadro: Lula teria imensa dificuldade em transferir votos.

Montenegro não falou só com o Kotscho. Declarações do dono do IBOPE salpicaram páginas de revistas e jornais. O Kotscho resumiu assim o pensamento do Montenegro sobre as chances de Dilma:

* A transferência de votos do presidente Lula para ela chegará mais adiante a um patamar de 15%. A partir daí, será difícil conquistar cada ponto a mais.

* O mesmo vale para qualquer outro candidato do governo na lista que será pesquisada para saber quem teria mais chances na eleição, caso Dilma seja obrigada a desistir da campanha, e Lula tenha que buscar outro nome. Tarso, Ciro, Palocci, Patrus, Haddad, qualquer um deles receberia o mesmo índice de transferência de votos e teria a mesma dificuldade para crescer a partir daí.

* A campanha de 2010 deverá mesmo ficar polarizada entre o candidato do governo e o candidato da oposição. Sem candidato, mais uma vez, o PMDB se dividiria meio a meio entre os dois lados da disputa. Ciro Gomes só seria candidato, em caso de desistência de Dilma, se for apoiado por Lula. Heloísa Helena e Cristovam Buarque desta vez não teriam espaço para suas candidaturas.

* O candidato da oposição será o tucano José Serra, do PSDB, que mantém seu amplo favoritismo na corrida presidencial e tem chances de vencer já no primeiro turno.’’

A favor de Kotscho, diga-se que ele é próximo de Lula (foi assessor de Lula em várias campanhas, e integrou a equipe presidencial no primeiro mandato). Portanto, teria todo interesse em divulgar tese que favorecesse a candidata de Lula. Acontece que Kotscho, por ser lulista, não deixa de ser jornalista. Fez o que devia: publicou a tese de Montenegro.

O fato é que os números do Vox Populi (na última sexta) e do CNT/Sensus (nesta segunda) desmentem Montenegro, de forma categórica.

Claro que muita coisa pode acontecer até outubro. Não acho que a vida de Dilma será fácil. Há uma imprensa desesperada pela perda de poder – disposta a tudo para tirar o PT do Planalto. Disposta até a apoiar Serra – que (goste-se ou não dele) é o menos liberal dos tucanos, homem que no governo FHC batia de frente com a idéia do “Estado mínimo”.

Parece que – além dos velhos barões da imprensa, da classe média saudosa dos milicos, e de políticos profissionais demo-tucanos preocupados com a perspectiva de permanecer mais 4 anos longe do poder central – há mais gente disposta ao vale tudo contra Dilma.

Estranha a atitude do dono do IBOPE. Ele teria bola de cristal? Ou saiu a campo prestando serviço a alguém?

Uma coisa é certa: Montenegro prestou enorme desserviço ao IBOPE.
Imaginem se não houvesse outros institutos de pesquisas eleitorais? A gente deve confiar no IBOPE depois das declarações de Montenegro em 2009? O IBOPE vai divulgar números que desmintam o dono da empresa? Estou apenas testando hipóteses.

Para medir audiência televisiva não há concorrentes. Montenegro nada de braçada. Não é à toa que a Conferência Nacional de Comunicação sugeriu a criação de um instituto independente para medir audiência televisiva.

Até porque as verbas públicas de publicidade são investidas de acordo com audiência. E quem mede audiência? Só o Montenegro.

Qualquer dia desses ele aparece por aí dizendo que a novela X tem mais chance de ter audiências altas do que a novela Y. E não haverá números de concorrentes para desmenti-lo. Só os números do IBOPE.

Montenegro já foi presidente do Botafogo. Torce pelo time de General Severiano. Nos últimos anos, o time dele não teve muita sorte: perdeu três campeonatos pro Flamengo no Rio, foi pra segundona no Brasileiro, e ano passado quase caiu de novo.

O Montenegro, como torcedor, é meio pé-frio.

Ele torce pra mais alguém, além do Botafogo?

Não sei. Mas a Globo deve saber.

www.cartamaior.com.br