domingo, 11 de julho de 2010

O Racialismo segundo Hannah Arendt

O Nazismo e a utilização política do racismo.

•Ainda em meados do século XIX o racismo era ainda julgado pelo critério da razão política. A ideologia racista, com raízes profundas no século XVIII, emergiu simultaneamente em todos os países ocidentais no século XIX e reforçou a ideologia da política imperialista.

•Ela coloca o racismo como ideologia: “toda ideologia que se preza é criada, mantida e aperfeiçoada como arma política e não como doutrina teórica. Resulta da necessidade de proporcionar argumentos aparentemente coesos, e assume características reais, porque seu poder persuatório fascina a todos, atraídos pela possibilidade de pregar à multidão as novas interpretações da vida e do mundo”. Enquanto ideologia, serve às massas contaminadas pelo imperialismo. Ideologia é uma arma de um grupo de indivíduos que querem conquistar seus objetivos. Serve para mostrar afinidade. Juntar as massas. Não é apenas doutrina política. É capaz de criar ciência através de paradigmas falsos.

•Racismo é um fenômeno a-nacional e tende a destruir a estrutura política da nação. “A verdade é que as ideologias racistas ingressaram no palco da política ativa no momento em que os povos europeus já haviam preparado o novo corpo político da nação, e negou a existência político-nacional como tal. Os racistas, embora assumissem posições ultranacionalistas, negaram o princípio sobre o qual se constroem as organizações nacionais de povos: o princípio da igualdade e solidariedade de todos os povos, garantido pela ideia de humanidade.

•A Revolução Francesa, os estrangeiros e a ideia de fraternidade (Herder) / Teses de que as sociedades selvagens eram restos de antigas sociedades (Schelling).

•As origens das doutrinas racialistas: o Conde de Boulanvilliers e a história dupla da nação francesa (1732). O direito de conquista dos germânicos sobre os gauleses – um dado histórico. Importância dos escritos de Boulanvilliers após a Revolução Francesa.

•Pensamento racial alemão surge como parte do esforço de unir o povo para resistir ao estrangeiro, tornou difícil distinguir o racismo do nacionalismo em seus estágios iniciais. Na falta de um contexto histórico e lingüístico comum exorta-se um parentesco de sangue, mas somente a partir de 1814. No entanto, defendia-se o princípio da igualdade dos povos. Personalidade inata e origem tribal comum.

•Gobineau e o Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas (1853). Procura de uma força única, uma razão que rege as civilizações em sua ascensão e declínio, unindo a História e a Ciência. A queda da civilização se deve a degenerescência da raça. Propunha uma raça de príncipes que corriam o risco de serem engolfados, através do sistema democrático, pelas raças inferiores. Reformou a ideia de personalidade inata – permitindo a defesa da ideia de uma aristocracia natural, possível de ser encontrada em todo homem excepcional. O patriotismo e a lei passaram a ser definidos como valores fictícios e nominais.

•O surgimento das doutrinas naturalistas na Inglaterra: o poligenismo, o darwinismo, a luta pela existência, a sobrevivência dos mais aptos.

•Disraeli e o emprego das teorias raciais na política externa a partir do Imperialismo: a superioridade racial e a evolução da Inglaterra.

•Conceito de raça meche com a cultura do mundo inteiro. Conceito relativamente novo.
•A ideia de raça aparece no século XIX, expandindo-se no século XX.

•É um erro dizer que racismo e nacionalismo são a mesma coisa (contrários).
•Racismo é uma invensão. Uma arma dos conservadores.

•Imperialismo – movimento do século XIX

•Hannah costura o século XIX a partir de uma interpretação que junta vários fatores, explicando não só o Imperialismo, mas também o contexto da época. Exemplo, o problema do nazismo, do racismo. Consegue mostrar a partir de uma abordagem coerente, os fatores que fizeram parte da formação do homem do século XX.

fonte Origens do Imperialismo de Hannah Arendt

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