quarta-feira, 7 de julho de 2010

FUENTES, Carlos. Vida e morte do mundo indígena

O fragmento do texto de Carlos Fuentes trata de elaborar um histórico das sociedades mesoamericanas baseado na mitologia destes povos. Na cultura asteca o homem foi criado pelo deus Quetzalcóalt, a serpente emplumada, que também é responsável pela criação da agricultura, fonte principal de sobrevivencia das culturas meso-americanas e portanto sempre ritualizada de acordo com sua mitologia.
Quetzalcóalt além de ser o criador do homem e da agricultura, também era representado de natureza boa e de muita simpatia para com os humanos. Este seria o único deus de pele branca, fato que mais tarde ajudaria muito na conquista de espanhola no Império Asteca pelos espanhóis. Este fato se deu pois na mitologia, Quetzalcóalt havia saido daquelas terras com a promessa de retorno, e com a chegada espanhola Cortez foi confundido com o deus, e assim supostamente estaria cumprida a professia e o deus estaria regressando a sua casa.
Na mitologia mesoamericana a morte detinha um lugar de honra. Os sacrifícios humanos eram o ponto central da sociedade em que acreditava na necessidade de sangue para que o Sol voltasse a nascer (nesta cultura acreditava-se que o Sol morria e renascia todos os dias).
Apesar de normalmente só se descutir sobre os Impérios Maias e Astecas, segundo o autor estas foram somente as ultimas antes do contato com os espanhóis. Os Astecas eram um conjunto de sociedades guerreiras que se submetiam ao controle de uma, os mexicas.
A relação do homem com a natureza era uma constante preocupação das sociedades mesoamericanas que acreditavam que deviam temer e respeitar a ela. Se acreditava que o poder e a liberdade dos homens só se era adquirida quando estes aprendiam a evitar o caos, e por meio da vida beligerante dos sacrifícios por eles efetuados constantemente, a ordem era assegurada, e consequentemente seu poder e liberdade eram mais amplos.
A sociedade tolteca exerceu forte influencia na cultura asteca, e o grande exemplo disso é o deus Huitzilopochtli, representado por uma águia, que sobrepuja o deus criador da raça humana Quetzalcóalt. Essa vitória mitológica gerou uma dualidade na vida deste povo pois, enquanto Huitzilopochtli incentivava a guerra e conquista de outros povos, Quetzalcóalt era focado mais para a paz, a cultura e a bondade.
Essa dualidade penetrou no âmago da sociedade asteca, fazendo com que se formasse um povo com muita ênfase militar, mas também ligada a um amor quase maternal a sua terra, a sua comida e ao seu cotidiano.
Fuentes ao falar da investida espanhola sobre o império de Montezuma destaca a importância indescutível da indígena Malinche, que foi oferecida como escrava a Cortez que a tornou sua mulher e conselheira. Malinche é apontada como um dos trunfos de Cortez pelo conhecimento que ela detinha de toda cultura asteca, tanto mitologica quanto linguísticamente.
Fora Malinche e Quetzalcóalt, Cortez ainda contou com o descontentamento de povos que foram subjulgados pelos astecas e que eram forçados a pagar impostos e fazer oferendas humanas para o sacrifício ao Sol.
Após a chegada dos espanhóis a capital do império, Tenochtitlan, Montezuma ofereceu ouro para Cortez deixar o seu império. Montezuma foi sequestrado, e sua calmaria e quietude indignaram o povo asteca que acabou se voltando contra o seu imperador, que já não era mais considerado um deus encarnado.
Por estas coleção de fatores, Fuentes aponta os indígenas como se tivessem sidos derrotados por eles mesmos, por sua cultura e por sua mitologia. Mas indica que a cultura asteca ainda permanece enraizada no povo mexicano. O sentimento de pertencer a sociedade asteca ainda permeia esta sociedade, assim como alguns de seus hábitos.

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